Erros comuns na procura de emprego e como evitar. Procurar emprego pode ser um processo cansativo, mas muitas vezes o que separa uma candidatura de sucesso de outra ignorada são pequenos detalhes que passam despercebidos. Além disso, verdade é que, num mercado de trabalho cada vez mais competitivo, cometer erros básicos pode custar oportunidades valiosas. Se queres saber como evitar os deslizes mais comuns e destacar-te entre os candidatos, continua a leitura.
Enviar o mesmo currículo para todas as vagas: um erro que custa caro
Um dos erros mais recorrentes é enviar o mesmo currículo genérico para todas as oportunidades. Isto mostra falta de interesse e pouca preparação. Cada empresa valoriza competências diferentes — adaptar o CV a cada vaga é essencial.
O que fazer para sair na frente?
- Personaliza o teu currículo: usa palavras-chave que aparecem no anúncio da vaga, por exemplo.
- Inclui conquistas específicas: em vez de listar tarefas, mostra resultados, por exemplo.
- Mantém o layout limpo e profissional: evita currículos muito criativos, a não ser que estejas a candidatar-te a áreas criativas, por exemplo.
💡 Para te ajudar, podes usar o modelo gratuito do site Europass, que é bem aceite por empresas em Portugal.
Ignorar a carta de motivação: um erro que transmite desinteresse
Além disso, outro erro grave é não incluir uma carta de motivação ou enviar uma carta genérica. Esta é uma oportunidade de mostrar por que queres aquele emprego e o que te torna ideal para o cargo.
Como escrever uma carta de motivação atrativa?
- Fala diretamente com a empresa, menciona o nome dela, por exemplo.
- Explica o que te chamou a atenção na vaga, por exemplo.
- Mostra como podes contribuir com a tua experiência, por exemplo.
Um bom exemplo é este guia da Universidade de Lisboa, que dá orientações práticas sobre como escrever cartas personalizadas e eficazes.
Candidatar-te a vagas que não lês com atenção
Candidatar-se a qualquer vaga sem ler os requisitos com atenção é um erro que muitos cometem por impulso ou ansiedade. Isso transmite aos recrutadores uma falta de atenção e pode prejudicar a tua imagem profissional.
Como evitar esse erro?
- Lê sempre com atenção todos os requisitos, por exemplo.
- Responde às perguntas que a empresa deixa no anúncio, por exemplo.
- Só te candidata se preencheres pelo menos 70% dos requisitos. Não é preciso preencher todos, mas é essencial mostrar alinhamento, por exemplo.
Falta de preparação para a entrevista: uma armadilha frequente
Além disso, chegar a uma entrevista sem conhecer a empresa, sem saber explicar os teus pontos fortes ou com respostas vagas é um erro crítico. Mesmo candidatos com excelente currículo podem ser descartados por más entrevistas.
Como te preparares de forma eficaz?
- Pesquisa sobre a empresa: entra no site, redes sociais e notícias recentes, por exemplo.
- Prepara respostas para perguntas comuns: “Fala-me de ti”, “Quais são os teus pontos fortes?”, “Onde te vês daqui a 5 anos?”.
- Treina com alguém próximo ou grava-te a responder, por exemplo.
Não saber onde procurar vagas de emprego — e perder boas oportunidades por isso
Além disso, muitos candidatos ainda cometem o erro de procurar emprego apenas em redes sociais ou em grupos de Facebook, deixando de lado os canais oficiais e mais eficazes. Há plataformas especializadas em Portugal que publicam novas vagas diariamente e oferecem filtros por localidade, setor e tipo de contrato.
Onde encontrar as melhores oportunidades?
Eis alguns dos melhores portais com vagas actualizadas:
- Expresso Emprego: indicado para perfis mais qualificados, por exemplo.
- EmpregoXL: simples e direto, com vagas por cidade e categoria, por exemplo.
- Agências de recrutamento como a Multipessoal também oferecem opções confiáveis, com acompanhamento personalizado.
Não atualizar as tuas competências — um erro que custa acesso ao mercado
Além disso, com o mercado a evoluir, muitos recrutadores procuram candidatos que se atualizam constantemente. Um erro recorrente é achar que só quem estuda em universidades está qualificado. A verdade é que existem cursos gratuitos e rápidos que aumentam muito a tua empregabilidade.
Como te qualificares sem gastar dinheiro?
- Formações financiadas: O IEFP oferece cursos gratuitos em várias áreas, desde atendimento ao cliente até programação.
- Certificados online: Plataformas como o edX oferecem cursos com certificado de universidades reconhecidas. Há opções gratuitas com possibilidade de upgrade.
- Cursos de curta duração: Centros de formação profissional nas cidades oferecem workshops e formações presenciais.
Subestimar o impacto das redes sociais profissionais
Acreditar que o LinkedIn é apenas uma rede para cargos de chefia ou para “quem já está empregado” é um erro que muitos ainda cometem. Hoje, é uma das principais ferramentas de recrutamento em Portugal — inclusive para cargos de entrada e funções operacionais.
Como usares o LinkedIn a teu favor?
- Atualiza o teu perfil com uma foto profissional e um resumo direto.
- Usa a secção “Sobre” para explicar quem és e o que procuras.
- Segue empresas onde gostarias de trabalhar — muitas publicam vagas diretamente no feed.
- Ativa a função “Open to Work”, que avisa os recrutadores que estás disponível.
💡 Mais de 80% dos recrutadores em Portugal usam o LinkedIn na fase de seleção inicial. Um perfil desatualizado ou inexistente pode excluir-te de muitas oportunidades antes mesmo da entrevista.
Não saber como se destacar num mercado competitivo
Com centenas de candidatos por vaga, especialmente em áreas como atendimento, vendas e logística, destacar-se vai além do currículo. Muitos cometem o erro de serem passivos na procura de emprego, esperando por uma resposta que raramente chega.
Estratégias para saíres na frente
- Envia e-mails personalizados: Se souberes o nome da pessoa responsável pela vaga, envia diretamente. Mostra que pesquisaste sobre a empresa.
- Apresenta um portefólio: Mesmo em áreas não criativas, apresentar resultados anteriores (como metas batidas ou projetos bem-sucedidos) conta muitos pontos.
- Inscreve-te em feiras de emprego: Eventos como o FINDE.U e as feiras do IEFP são excelentes para entregar currículos pessoalmente e conversar com recrutadores.
Candidatar-se a tudo — sem critério nem estratégia
Um dos erros mais frustrantes é enviar currículos de forma desenfreada, sem ler bem os requisitos da vaga ou sem sequer adaptar a candidatura. Esse comportamento pode prejudicar seriamente a tua imagem perante os recrutadores e comprometer futuras oportunidades.
Por que isso prejudica a tua procura?
- Demonstra falta de foco e pouco interesse na vaga específica;
- Aumenta as chances de seres eliminado já na triagem inicial;
- Reduz o teu tempo e energia para preparar boas candidaturas para vagas realmente alinhadas com o teu perfil.
💡 Um recrutador experiente percebe rapidamente quando o candidato envia o mesmo currículo genérico para dezenas de empresas.
O que fazer em vez disso?
- Lê sempre com atenção os requisitos da oferta;
- Adapta o teu CV e carta de motivação a cada vaga;
- Usa palavras-chave presentes no anúncio — isso ajuda até nos sistemas automáticos de seleção;
- Respeita os prazos, os formatos e as instruções indicadas pela empresa.
Sejas mais seletivo, aumentas as tuas hipóteses reais de ser chamado para entrevista.
Deixar de preparar-se para a entrevista — e perder tudo no último passo
Muitas vezes, o candidato tem um bom perfil, envia um currículo sólido e é chamado para entrevista. Mas aí comete o erro de não se preparar minimamente, confiando que “basta ser simpático”. O problema é que a entrevista é o momento de mostrar valor com clareza.
Como preparar-te de forma eficaz?
- Pesquisa sobre a empresa: Quais os serviços? Onde atua? Tem planos de expansão?
- Treina respostas para perguntas clássicas como “Fala-me de ti” ou “Porque queres trabalhar connosco?”
- Leva questões para fazer no final. Isso demonstra interesse verdadeiro.
🧠 Entrevistas são também uma troca: é importante que também avalies se a empresa faz sentido para ti. Mas não improvises demasiado — estar bem preparado não é ensaiar frases feitas, é mostrar quem és com confiança.
Não investir num currículo limpo, direto e bem formatado
A aparência e estrutura do currículo influenciam diretamente as hipóteses de chamada. Um erro clássico é enviar currículos desorganizados, longos demais ou com excesso de informação irrelevante.
O que um bom currículo precisa ter?
- Contactos atualizados (telefone e e-mail);
- Objetivo claro ou título profissional;
- Experiências recentes primeiro, com datas, funções e resultados;
- Formação relevante e cursos atuais;
- Sem erros de português — usa ferramentas de correção.
Evita enfeites, tabelas complicadas e design confuso. Um CV simples, em PDF, com no máximo duas páginas, é o padrão ideal para o mercado de trabalho em Portugal.
Ignorar oportunidades temporárias ou por tempo parcial
Muitos candidatos deixam passar vagas temporárias ou part-time por acharem que não valem a pena. No entanto, estas oportunidades são muitas vezes a porta de entrada para o emprego efetivo — sobretudo em setores como logística, comércio, saúde, tecnologia e atendimento ao público.
Por que considerar estas vagas?
- Permitem acumular experiência recente no CV;
- Ajudam a conhecer empresas por dentro;
- Muitas vezes são convertidas em contratos permanentes;
- Aumentam o teu networking profissional.
Subestimar o poder do networking — erro silencioso que atrasa o sucesso
Muitas pessoas ainda pensam que só se consegue emprego através de sites de vagas. Mas a verdade é que uma boa parte das oportunidades em Portugal surge através de contactos diretos, indicações e redes de confiança — e quem ignora isso, pode demorar muito mais a conseguir uma colocação.
Como ativar e expandir a tua rede profissional?
- Conversa com amigos, colegas antigos e familiares sobre o que procuras;
- Participa em eventos locais, feiras de emprego e formações presenciais;
- Usa o LinkedIn de forma ativa — comenta, partilha conteúdo relevante e atualiza o teu perfil;
- Entra em grupos de Facebook e WhatsApp locais sobre procura de emprego.
🎯 Muitas empresas confiam mais em candidatos recomendados internamente do que em desconhecidos — por isso, dá-te a conhecer!
Não aproveitar recursos gratuitos e públicos
Outro erro comum é pensar que apenas agências privadas ou sites pagos ajudam a encontrar emprego. Há inúmeros recursos gratuitos no país para apoiar quem está desempregado ou quer mudar de carreira.
Quais recursos podes usar sem custos?
- Orientação profissional personalizada através dos Centros Qualifica;
- Apoio na elaboração de CV e preparação para entrevistas em gabinetes de inserção profissional;
- Acesso a bolsas de emprego locais através das juntas de freguesia e câmaras municipais;
- Programas de requalificação e reconversão profissional para adultos.
Ter medo de recomeçar em outra área — e perder novas oportunidades
É natural querer permanecer na mesma área, especialmente se já tens experiência. No entanto, em alguns casos, insistir num setor que está em baixa ou sem procura pode ser frustrante. Um erro comum é não considerar áreas onde há efetivamente mais vagas e necessidade de mão de obra.
Como saber quais setores estão a contratar mais?
- Monitoriza os sites de emprego com filtros por setor;
- Observa as áreas com alta rotatividade como tecnologia, apoio ao cliente, cuidados a idosos, logística e construção civil;
- Vê onde empresas estão a abrir novas unidades (supermercados, fábricas, centros logísticos).
Não é perder tempo — é reorientar-se com estratégia. Às vezes, um curso técnico de 3 ou 6 meses já te coloca noutro patamar com novas possibilidades.
Esperar por “emprego ideal” e perder boas oportunidades
Outro erro recorrente é recusar propostas à espera da vaga “dos sonhos”. Infelizmente, isso pode atrasar o teu processo de inserção no mercado — e até gerar frustração a longo prazo.
Por que vale a pena aceitar oportunidades realistas?
- Podes ganhar experiência e estabilidade enquanto procuras algo melhor;
- Estás ativo no mercado, o que valoriza o teu CV;
- Mostras aos recrutadores que és flexível e trabalhador;
- Muitas boas vagas aparecem a partir de outras oportunidades, mesmo que iniciais.
💡 A chave é manter-te disponível e ativo, sem abrir mão de continuar a procurar — mas com os pés no chão e uma atitude positiva.